PROCESSIONÁRIA DO PINHEIRO

Nos últimos anos a processionária do pinheiro, de nome cientifico Thaumetopea pityocampa Schiff., tem vindo a tomar protagonismo e vai marcando presença nas nossas vidas e preocupações, pela sua expansão em zonas públicas e habitacionais, e sobretudo pelas caraterísticas urticantes que possui.

A sua particularidade de deslocação em procissão, a beleza das suas cores e curiosidade que desperta a humanos e animais, tem vindo a acentuar os incidentes, principalmente com crianças e cães.

Trata-se de um voraz inseto desfolhador, que pode parasitar todas as plantas dos géneros Pinus e Cedrus, mas que apesar dos danos causados, sobretudo ao nível da limitação do desenvolvimento das plantas, dificilmente as levam à morte, exceto em ataques a exemplares muito jovens.

O ciclo de vida deste inseto é variável, dependendo da localização geográfica dos ataques e respetivas condições edafo-climáticas, contudo de modo geral é nos meses de junho a setembro que as borboletas adultas iniciam a sua fase reprodutiva e procuram o hospedeiro para colocar as posturas, apresentando uma longevidade neste estado de 3 a 4 dias.

Após a incubação das posturas de cerca de 30 dias, regista-se o nascimento das larvas, iniciando-se a fase de alimentação e pré-construção do ninho, culminando com o surgimento dos pelos urticantes e a tecelagem de um casulo mais ou menos compacto consoante as necessidades de proteção face à rigorosidade do clima durante o inverno.

É no fim do inverno e durante a primavera que as nossas larvas iniciam a conhecida “procissão”. Descendo para o solo de forma agrupada escavam o terreno e enterram-se a uma profundidade de 5 a 20 cm, local onde cada lagarta tece um casulo, processando-se a metamorfose que culmina com a pupa ou crisalida.

A complexidade do ciclo e a altura do solo a que se verificam os ninhos, tornam difíceis e dispendiosos os meios de luta, exigindo equipamentos elevatórios e atuação qualificada, seja para um combate químico, seja para a retirada manual / mecânica dos ninhos.

Na maioria das vezes resta-nos aguardar a descida e tentar condicionar a sua deslocação e raio de ação. Uma forma relativamente simples passa por cintas adesivas, que colocadas no tronco da planta, vão reter e desorientar a “procissão”, ficando o grupo de lagartas total ou parcialmente retido.
O desorientar do grupo, deve-se à sua completa dependência da lagarta líder, que funciona como guia da dita “procissão”.

O conhecimento e tomada de pequenas decisões, pode por certo evitar acidentes em parques, escolas e mesmo em nossa casa.
Aproveitem a terra…