COCHONILHA NOS CITRINOS E ORNAMENTAIS

A cochonilha, apresenta-se como uma praga muito frequente nos nossos jardins.
Tratando-se de um inseto picador sugador, causa prejuízos diretos ao enfraquecer a planta, e indiretos causados pelas “meladas” que excretam.

Com tamanhos entre os 3 e os 5mm, existem várias espécies que variam em tamanho, formato, coloração e textura. Dentro das principais espécies, a variedade é significativa, como a cochonilha negra (Saissetia oleae), a cochonilha algodão (Planococcus citri), a cochonilha cerosa (Ceroplastes sinensis) e a cochonilha vírgula (Lepidosaphes beckii).

Apresentam por norma uma geração anual, com as ninfas a eclodir na primavera / verão, procurando rebentos e nervuras, nas zonas mais exteriores da copa, onde se agrupam e produzem abundantes “meladas”. A evolução para o estado adulto leva a que se instalem, no outono / inverno em zonas mais interiores e protegidas.

Voltando aos prejuízos, os diretos, por sucção da seiva, levam ao enfraquecimento da planta, dessecando os ramos muito atacados e podendo provocar a queda prematura dos frutos.
No que concerne aos indiretos, as meladas produzidas, líquidos açucarados, favorecem o desenvolvimento e fungos negros saprófitas, conhecidos por fumagina, dando à planta um aspeto enegrecido, cobrindo todos os órgãos da planta e prejudicando a fotossíntese, respiração e transpiração através da folha.

Curiosa é sem dúvida a relação simbiótica que as formigas estabelecem com as cochonilhas, fomentando e criando condições para o seu desenvolvimento com consequente produção de “meladas”, fonte de alimento.

O combate a esta praga, passa sobretudo por medidas preventivas e fomento de inimigos naturais, sendo a luta química um meio a evitar.

Dentro das medidas preventivas, a copa deverá apresentar boa entrada de luz e boas condições de arejamento, a realização de regas moderadas é também decisiva no controlo das populações, bem como uma fertilização equilibrada.

Dentro dos auxiliares, a cochonilha apresenta uma vasta gama de inimigos naturais, entre fungos entomopatogénicos e insetos, nos quais se destacam as voluntariosas joaninhas. Criando condições de proteção para estes auxiliares, é possível manter a praga em níveis toleráveis.
O uso de inseticidas de largo espectro, situação atual com a psila africana, dificulta este equilíbrio, sendo importante a criação de refúgios naturais onde estes auxiliares de possam proteger, evitando a sua “extinção” no jardim.

Dentro dos tratamentos químicos, os óleos de verão são os mais recomendados e eficientes quando devidamente posicionados, essencialmente na primavera e final do verão.
Também é solução a pulverização abundante com água e sabão para limpeza da fumagina das folhas e arrastamento de insetos indesejáveis.

Aproveitem a terra…