COBERTURAS – PREPARAR PARA O FRIO – ESCARIFICAÇÃO

Após um período de primavera / verão de intenso desenvolvimento e uso, a cobertura inicia um processo de menor desenvolvimento vegetativo, influenciado principalmente pela redução das temperaturas e fotoperiodismo.

Além disso temos um fator de inversão, a água que faltou no verão, pode agora ocorrer em excesso e tal como diz o ditado “nem 8 nem 80”. A verdade é que o excesso de água junto à raiz e colo da planta, pode também ser extremamente prejudicial e limitativa ao desenvolvimento e qualidade da cobertura, podendo inclusive causar o seu desaparecimento.

Assim abordamos a drenagem superficial e as dificuldades de infiltração da água que se fazem sentir após um período de desenvolvimento ativo, onde ocorre em grande quantidade a acumulação de matéria orgânica.
Esta matéria orgânica em excesso, vai entrar num processo de “decomposição encharcado e frio”, em que a falta de oxigénio o torna ainda mais lento, criando zonas de impermeabilização e humidade permanente, designadas de “black layer”.

Além disso o intenso afilhamento na primavera / verão, cria coberturas excessivamente compactas, reduzindo o arejamento. Esta falta de arejamento associada a humidade excessiva e permanente, cria as condições ideais para o aparecimento e proliferação de vários fungos.

Esta necessidade de arejamento e melhoramento da drenagem superficial, leva-nos a realizar a escarificação, que não é mais que o corte vertical do terreno, removendo a matéria seca e rasgando o solo superficialmente.

Os equipamentos disponíveis vão desde os escarificadores manuais, para áreas muito pequenas, aos mecanizados que se assemelham a máquinas de cortar relva, e apresentam diferentes larguras de atuação, até ás alfaias adaptadas para tratores.

Esta operação por norma realiza-se no final do verão / inicio do outono e repete-se no início da primavera, períodos de transição e temperaturas amenas.
É importante o respeito deste “timing”, visto que tal operação origina uma desproteção temporária do sistema radicular e sua exposição a temperaturas excessivamente altas ou baixas poderão danifica-lo de forma irreversível.
A rentabilidade da fertilização é superior, quando aplicada após a escarificação, tendo em conta a melhoria das condições de retenção e absorção de nutrientes criada.

Esta operação apresenta-se como uma intervenção positiva, com vista a criar condições de fortalecimento e desenvolvimento, que venham a refletir vantagem competitiva sobre os fungos e infestantes, através de coberturas mais saudáveis e resistentes.

Aproveitem a terra…