
A psila Trioza erytreae (Del Guercio), vulgarmente designada por psila africana dos citrinos, está registado como um organismo de quarentena da OEPP (Organização Europeia de Proteção das Plantas).
A sua presença foi observada pela 1ª vez 1994 na Ilha de Porto Santo (Madeira) e em 2002 nas Canárias. Só em 2014 foi identificado na Europa Continental, registando-se o seu aparecimento na região do Porto em janeiro de 2015 e em Esmoríz em novembro do mesmo ano. Desde aí a sua propagação na região litoral norte tem sido constante, impondo a implementação de zonas de quarentena, espaços interditos à comercialização e troca de plantas.
A presença de insetos adultos, incide no período de abril a dezembro, atingindo o seu pico de atuação nos meses de julho e agosto.
O inseto em causa com cerca de 4mm, apresenta cor verde claro na fase de emergência passando a castanho escuro, atua como picado-sugador e tem como hospedeiros exclusivos plantas da família das Rutáceas, dentre as quais se destacam citrinos, com particular incidência nos limoeiros e limeiras, mas também presente em laranjeiras, tangerineiras, toranjeiras e cumquates.
As plantas infestadas apresentam as folhas distorcidas e amareladas, com galhas abertas, causando significativos estragos diretos. Além disso o inseto é vetor de uma bactéria, causadora da doença conhecida como “citrus greening disease”, causadora do declínio e morte prematura da planta. De registar que tal doença ainda não foi detetada na Europa.
No ciclo biológico do inseto, cada fêmea produzir 2000 ovos ao longo de cerca de 30 dias de vida. As ninfas provenientes dos ovos, fixam-se no verso das folhas dos rebentos, alimentando-se de seiva, injetando em simultâneo toxinas na planta, sendo estas picadas as causadoras da deformação.
A dispersão natural da psila africana dos citrinos não vai além de 1,5km, contudo o material vegetal transportado pode “levar” ovos e / ou ninfas a longas distâncias.
A DGAV, apresentou a lista de produtos autorizados para tratamento, que passam por inseticidas como o ACTARA 25WG, CONFIDOR e EPIK SL, para uso profissional e o POLYSEC ULTRA PRONTO, para uso não profissional, sendo os mesmos aplicados com os ramos molhados e respeitando todas as indicações técnicas do produto e realização de todos os registos inerentes.
Os rebentos do ano contaminados, deverão ser objeto de poda severa e destruídos no local, através do fogo ou enterramento.
As alterações climáticas e a globalização, levam a que os nossos ecossistemas agrários estejam em constante alteração, levando por vezes a difíceis reequilíbrios.
Aproveitem a terra…